por Medéia
Naqueles dias quentes de verão, o
que prevalecia era a guerra. Mas não pense você que era algo ruim, pois as
palavras tem o sentido que nós atribuímos a elas. E eles estavam sim travando
uma guerra a cada dia.
Guerra de beijos e abraços, com
direito a bombas de flores, sorvetes ao pôr do sol e caixas de bombom. O que
não se queria era a monotonia que a paz no coração trazia. Verão bom era verão
com movimento, com batalhas de flertes e brigas de travesseiros depois do amor.
Um combate a cada dia. Hoje ela
ganhava. Amanhã ganhava ele. E todos os dias eles ganhavam boas lembranças.
Lembranças que a serenidade de um verão sem amor não trazia. Nada se ganha por
passar a vida sereno e tranquilo, sem viver um amor de verão.
Medéia, essa não é você! No bom sentido, fique claro. É bom vê-la buscando abordagens diferentes do que já tem feito. Testar o terreno é um bom exercício. Gostei do tom poético. Não pude deixar de notar o tom enfático do narrador em sua defesa entusiasmada do amor de verão sujeito à turbulências. Valeu, garotinha! ;)
Beijocas!
Caramba, que ousadia a sua fazer essa bagunça toda na maneira "padrão" de se pensar o tema proposto, Medéia!
Vc fez uma bela associação de nossa temática dupla e contraditória com o amor. Foi coerente isso, porque o amor tem mesmo mto de contraditório, não? Ele tanto pode inflamar paixões, chutar o pau da barraca e causar até mortes, assim como representar uma paciência reservada, tranquila, de longa duração, de cuidado, etc.
Vc ainda por cima optou por temperar o texto com o tópico "verão", que dá uma ideia que tende ainda mais para o movimento, para o contato com o outro, com a vida ao ar livre.
De fato é maluco ficar repensando o sentido original de guerra e transpô-lo como algo cotidiano e até positivo.
O texto problematiza a questão do amor mais tranquilo, paciente e cuidador, representado pejorativamente pela "paz". Há o elogio da instabilidade e variedade, inclusive amorosa. Não deixa de ser divertida a ideia. Mas fico pensando no que isso representaria para uma mulher casada e mamãe como você... hehe.
Sigo ainda sem entender bem como seria uma "guerra de beijos e abraços". Pq usar o termo "guerra" para beijos e abraços? Haveria um conflito tão grande entre os interesses de cada envolvido nessas relações amorosas?
De td modo, o texto termina indicando que não é importante "vencer" a batalha, mas simplesmente curti-la a cada vez, pela sua própria experiência.
Realmente, seu novo texto foi um grande desafio para minha apreensão. Rs. Parabéns por me causar esses nós na cabeça...
Lindo, eu também prefiro a guerra a uma paz aparente, um tédio camuflado. Ainda mais se for uma guerra de travesseiros, bombas de flores e granadas de chocolate. ;)
Adorei a abordagem!