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  1. Amor de Verão

    28/01/2013


    por Medéia

    Naqueles dias quentes de verão, o que prevalecia era a guerra. Mas não pense você que era algo ruim, pois as palavras tem o sentido que nós atribuímos a elas. E eles estavam sim travando uma guerra a cada dia.

    Guerra de beijos e abraços, com direito a bombas de flores, sorvetes ao pôr do sol e caixas de bombom. O que não se queria era a monotonia que a paz no coração trazia. Verão bom era verão com movimento, com batalhas de flertes e brigas de travesseiros depois do amor.

    Um combate a cada dia. Hoje ela ganhava. Amanhã ganhava ele. E todos os dias eles ganhavam boas lembranças. Lembranças que a serenidade de um verão sem amor não trazia. Nada se ganha por passar a vida sereno e tranquilo, sem viver um amor de verão.

  2. 3 comentários:

    1. Vivi disse...

      Medéia, essa não é você! No bom sentido, fique claro. É bom vê-la buscando abordagens diferentes do que já tem feito. Testar o terreno é um bom exercício. Gostei do tom poético. Não pude deixar de notar o tom enfático do narrador em sua defesa entusiasmada do amor de verão sujeito à turbulências. Valeu, garotinha! ;)

      Beijocas!

    2. Caramba, que ousadia a sua fazer essa bagunça toda na maneira "padrão" de se pensar o tema proposto, Medéia!

      Vc fez uma bela associação de nossa temática dupla e contraditória com o amor. Foi coerente isso, porque o amor tem mesmo mto de contraditório, não? Ele tanto pode inflamar paixões, chutar o pau da barraca e causar até mortes, assim como representar uma paciência reservada, tranquila, de longa duração, de cuidado, etc.

      Vc ainda por cima optou por temperar o texto com o tópico "verão", que dá uma ideia que tende ainda mais para o movimento, para o contato com o outro, com a vida ao ar livre.

      De fato é maluco ficar repensando o sentido original de guerra e transpô-lo como algo cotidiano e até positivo.

      O texto problematiza a questão do amor mais tranquilo, paciente e cuidador, representado pejorativamente pela "paz". Há o elogio da instabilidade e variedade, inclusive amorosa. Não deixa de ser divertida a ideia. Mas fico pensando no que isso representaria para uma mulher casada e mamãe como você... hehe.

      Sigo ainda sem entender bem como seria uma "guerra de beijos e abraços". Pq usar o termo "guerra" para beijos e abraços? Haveria um conflito tão grande entre os interesses de cada envolvido nessas relações amorosas?

      De td modo, o texto termina indicando que não é importante "vencer" a batalha, mas simplesmente curti-la a cada vez, pela sua própria experiência.

      Realmente, seu novo texto foi um grande desafio para minha apreensão. Rs. Parabéns por me causar esses nós na cabeça...

    3. Debs disse...

      Lindo, eu também prefiro a guerra a uma paz aparente, um tédio camuflado. Ainda mais se for uma guerra de travesseiros, bombas de flores e granadas de chocolate. ;)

      Adorei a abordagem!